Quinto domingo do tempo comum

O poder de Deus torna-se nossa sabedoria no instante mesmo que nossa vida concreta reflete os dons de Deus. Isso é tarefa nossa, em cada encontro com um irmão ou com um inimigo. O poder de Deus é poder de salvação, nas obras do seu Filho Jesus e de sua Igreja, até a consumação dos séculos.

A glória de Deus está no fogo do amor, e essa chama tem seu combustível no homem interior, que consegue ver para além das aparências do homem exterior. O cristão pouco se importa com o homem exterior, ou melhor, submete-o ao homem interior. Com mesmo critério julga o seu próximo e seu inimigo.

A salvação só pode ser anunciada de alma para alma, ainda que ela se utilize da caridade material (Isaías nos faz um belo convite: Is LVIII:7-10).  A salvação não pode ser transmitida pela filantropia, pois essa é uma obra do homem exterior. O fogo do amor só pode ser transmitido quando o transmissor for um crucificado, pois só os crucificados receberam a luz da ressurreição. Se com Cristo morremos no batismo, com Ele também ressuscitaremos.

Eis uma fresta para a contemplação do mistério da Cruz, fonte de todos os dons espirituais para o homem interior; loucura repugnante para o homem exterior.

"Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem vosso Pai que está nos céus". (Mateus V:16)